quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cabaret VII

Desenho Yargo Treptow
Cabaret e o quarto dos meus homens.

E agora quase sempre me pego assim...
Sentada, estranha, tragando um cigarro na tua cama, eu os lençóis e o teu cheiro.

Tu já estas no banho, enquanto que eu tomada por todas essas ideias e palavras, fico desejando, agora, estar no meu Cabaret, onde tudo é familiar, é o meu cheiro, minha roupa, meus medos, jeitos e manias, tudo sou eu, e tudo é meu. E nesses 'aquis' a única coisa minha que sobra são as minhas carapuças, de um alguém que posso ser, de um alguém que às vezes sou e até mesmo de um alguém que eu odeio ser.

Então tu sais do banho, deita cheiroso no meu colo e pede um beijo, te dou um sorriso, escondo as cartas, os papéis, a caneta e mais uma vez me deixo ali pra ti, no meio dos lençóis de seda, dos travesseiros de penas, dos teus apertos, do teu quarto, do meu quadro de Cabaret...

Um comentário:

Anônimo disse...

deixe-se
eleve-se
sinta-se
permita-se