sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cabaret VI

Quanto tempo que não te via... Tinha esquecido como era te observar, mesmo que de longe, sem sequer intervir...


Na última vez, vi em teu olhar uma tristeza e certa preocupação, um turbilhão de confusões exigindo decisões...


Mesmo sabendo que não cabia a mim a solução, não cabia a mim...


E apesar das raivas que já senti, te olhar hoje é relembrar dos tempos áureos do cabaret, onde a única raiva que eu tinha era de me despedir e as vezes, despir meus mais secretos sentimentos.

E nesse louco strep-tease de roupas, sapatos e acessório, todos em formas de palavras, me pergunto se tudo não fazia parte apenas desse jogo traiçoeiro que perdi. Pensei que era Poker e entrei blefando, não sentindo, não ligando, não gostando e até mesmo não acreditando...

E como diz o ditado azar no jogo, sorte no amor, mas se não era amor, era jogo, tenho azar em dobro?

Sinceramente eu não sei, só sei que virei a mesa e me entreguei.

Me dei,
Me entreguei,
Te adorei,
Aproveitei
E acreditei. Acreditei não, ainda acredito e me nego duvidar.

Mesmo que do jogo das palavras, hoje só reste silêncio e constrangimento, ainda relembro saudosa, te esperando de volta no meu cabaret, para mais uma partida, quem sabe ainda nessa mesmo vida...